CNTur tem posição contrária à aprovação de PL que proíbe cobrança por cancelamento de reserva em hotéis

O presidente da CNTur, Nelson de Abreu Pinto, através de ofício-memorando, com farta argumentação jurídica, enviado aos deputados autor (deputado Pastor Vilalba) e relator (deputado César Halum), do PL 7337/2014, já na Comissão de Defesa do Consumidor, que proíbe cobrança de quaisquer valores referentes ao cancelamento de reservas em estabelecimentos hoteleiros e similares.

Em seu ofício o presidente da CNTur apresenta os seguintes argumentos contrários a aprovação do citado Projeto de Lei: “Lembramos Senhor Deputado, que as regras de mercado hoje são internacionais e quem viaja, seja pelo interior do país ou para o exterior, já sabe o que vai ocorrer se acontecer algum imprevisto em sua viagem, portanto não é salutar criar regras que não tenham aplicação ou consenso no próprio mercado.

Defendemos que esse Projeto de Lei, para a Hotelaria em geral, incluindo hotéis, pousadas ou similares, é inócuo e desnecessário, pois ventila uma prática já consagrada no ramo de hospedagem e que apenas fragiliza o pequeno e médio empresários, que não terão a menor condição de dispor de fluxo de caixa para devolver valores recebidos, às vezes com grande antecedência e cujo valor já está inteiramente comprometido.

É bom lembrar, nobre Deputado, que muitas dessas reservas podem vir através de agentes de viagens e operadores, portanto com custos para a empresa que hospeda. Como será possível devolver o que sequer recebeu? já que é prática os operadores e agentes receberem antecipadamente comissão pela reserva efetuada.

Em tempos passados a prática na hotelaria era receber diárias e não flexibilizar qualquer possibilidade de mudança, entretanto hoje já encontramos as mais diversas formas de negociação entre hóspedes e as empresas de hospedagem, portanto interferir nessa prática, que o próprio mercado já acomodou é simplesmente desorganizá-lo e criar problema onde não existe.

O que não se pode admitir é criar dificuldades e inclusive incentivar a derrocada de atividades comerciais lícitas, principalmente o pequeno e médio empresários, que já tem uma carga tributária enorme e muitas dificuldades para gerir o seu dia a dia e merecem Leis que os protejam e não aquelas que só trazem mais prejuízos aos seus já dificultados negócios.

É a própria justificativa de Vossa Excelência ao apresentar essa proposta legislativa, que reforça nosso posicionamento contra o PL 7337/2014 que apresenta como único argumento o fato de que o estabelecimento vende as diárias canceladas, se tornando num ato de “enriquecimento sem causa”.

Ora, Senhor Deputado, se todo argumento de justificativa se baseia num procedimento que não se apresenta como absoluto e verdadeiro, somos contrários a aprovação desse PL 7337/2014 e esperamos que os Senhores Deputados não aprovem uma Lei inócua, desnecessária e que pode trazer mais e sérias dificuldades, principalmente para os pequenos estabelecimentos de hospedagem.

À luz do Direito

Em análise ao tema o professor de Direito Nelson Luiz Pinto (UERJ, PUC-SP e FGV-RIO), presidente do CONJUR – Conselho de Assuntos Jurídicos da CNTur, emite parecer assegurando que tal iniciativa agride o tradicional e milenar princípio da Autonomia da Vontade nos contratos entre particulares, existente desde o direito romano e consagrado na Constituição Federal e no Código Civil Brasileiro.

A medida somente poderia ser adotada mediante reforma da Constituição Federal e do Código Civil Brasileiro, e aplicável não somente aos hotéis, mas aos contratos em geral, como por exemplo, para ficar apenas na área do turismo, as passagens aéreas, marítimas, etc… Ou seja, segundo o art. 357 do Código Civil Brasileiro, “As relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda. ”Apenas para citar outros exemplos do Código Civil Brasileiro, a perda de parte do valor ou multa imposta equipara-se ao conceito jurídico de “arras” que, segundo o art. 418 do Código Civil Brasileiro, “se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a outra tê-lo por desfeito, retendo-as.”.

Segundo também o art. 419 do Código Civil Brasileiro, “Pode, também, a parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos, valendo as arras. Também segundo o art. 420 do Código Civil Brasileiro, “Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente indenizatória.”.

E o art. 465 do Código Civil Brasileiro dispões ainda, “Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considera-lo desfeito, e pedir Citamos as passagens acima do Código Civil Brasileiro apenas a título de exemplo para demonstrar a impossibilidade de que se possa vir a alterar as regras do Código Civil Brasileiro referente aos contratos através de uma lei dirigida apenas a uma relação contratual específica como é o caso do contrato de hospedagem.

Audiência Pública

Assim, Senhor Deputado, a se prosperar a inciativa de aprovação do PL 7337/2014, propomos a Vossa Excelência que, por um ato de consciência e seriedade na elaboração das Leis, que se leve o assunto a uma AUDIÊNCIA PÚBLICA, para que o tema amadureça em discussões que reflitam a oportunidade e necessidades do mercado para absorver tal iniciativa.

Organização da Copa é bem avaliada por 83% dos estrangeiros que vieram para o evento

A Copa do Mundo no Brasil surpreendeu positivamente os estrangeiros que vieram ao país para assistir aos jogos, revela pesquisa Datafolha realizada entre visitantes de outras nacionalidades que acompanharam o Mundial.

Em alguns quesitos, a aprovação foi quase total: 92% dos visitantes elogiaram tanto o conforto quanto a segurança dos estádios da Copa. Uma maioria absoluta de 76% também achou ótima ou boa a qualidade do transporte até as arenas do Mundial.

A hospitalidade dos anfitriões da Copa é um dos grandes destaques: 95% dos estrangeiros avaliaram a recepção como ótima ou boa.

A maioria (90%) acompanhou notícias sobre o Brasil antes de viajar. Metade deles (50%) disse ter ouvido mais relatos negativos do que positivos. Mas números contundentes mostram que eles acabaram bem impressionados.

A organização da Copa foi avaliada como ótima/boa por 83% dos estrangeiros. Para 12%, foi regular; e apenas 3% consideraram ruim/péssima. Uma maioria de 51% achou a organização em torno do Mundial melhor do que a esperada. Alvo frequente de críticas e protestos entre os brasileiros, a mobilidade urbana foi avaliada como melhor do que o esperado para 46%, dentro do esperado para 40% e pior que o esperado para 11%.

Sistemas de comunicação (telefonia e internet) e preços praticados em geral (alimentação, hotéis e transporte aéreo) tiveram avaliações negativas acima da média. Consideraram ruim/péssimo o custo de vida 29% dos entrevistados; e o preço dos hotéis, 27%. Os sistemas de comunicação foram aprovados por uma minoria de 41%.

A segurança, ponto sensível para estrangeiros que visitam o país superou as expectativas de 60%.

A pesquisa ouviu 2.209 estrangeiros de mais de 60 países nos aeroportos de São Paulo, Rio e Brasília e em Fan Fests e locais de grande concentração nas cidades de Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília entre os dias 1º e 11 deste mês.

Importante análise

Vale ressaltar que esta avaliação foi feita com um público alvo muito específico e dirigido exclusivamente para avaliar a percepção dos turistas da Copa do Mundo durante o período específico do evento, em que estes turistas permaneceram nas cidades sede do Mundial.

Sabemos que este público visitante do evento tem hábitos específicos diferentes daqueles de quem reside nas mesmas localidades. Por exemplo, os trechos de transporte público e o horário utilizado são outros – os turistas não usaram ônibus ou metrô diariamente nos horários de ida e retorno ao trabalho como os residentes, em sua grande maioria eles circularam sempre por regiões onde o policiamento havia sido reforçado e modificado exclusivamente para o evento da Copa, ou seja, especialmente para proteger a eles mesmos, turistas, e as companhias telefônicas e demais serviços prepararam pacotes operacionais especiais para atender as regiões mais visitadas somente durante os dias do evento, entre outras tantas considerações sobre especificidades desta pesquisa que poderiam ser feitas aqui.

Esta pesquisa não reflete portanto a realidade do dia a dia dos cidadãos e dos turistas que visitam as nossas cidades em épocas comuns, fora do período deste grande evento, e por isto não pode ser usada como conclusão que os serviços públicos brasileiros melhoraram sua qualidade e função da realização da Copa do Mundo, o que muito desejamos mas que infelizmente ainda não ocorreu.

É certo porém que estas pesquisas mostram como a organização das inúmeras frentes públicas e privadas, sejam da União, Governos e Municípios, com medidas tomadas exclusivamente para o Mundial, funcionaram sim muito bem, seja nas grandes cidades sedes como nas sub-sedes , o que indica que o país está maduro e pronto para receber mega eventos de qualquer porte, a qualquer tempo.

E por fim, vale ainda ressaltar que o grande vencedor desta Copa do Mundo foi o povo brasileiro, que mais uma vez mostrou toda sua capacidade de surpreender positivamente pela sua gigantesca hospitalidade, colaboração, simpatia e alegria (mesmo após a desastrosa derrota de nossa seleção). Este é e continuará sendo um dos maiores trunfos de nosso Turismo, nosso generoso e acolhedor povo. O que precisamos agora é conseguir construir a infraestrutura tão necessária para o Turismo Nacional, para que além da alegre receptividade brasileira, possamos também oferecer, então sim de forma permanente, durante todo o ano, para todos os turistas e para todos nós, este bom nível de serviço público que tanto almejamos.

EUA emitem mais de meio milhão de vistos para brasileiros no primeiro semestre

Foram exatamente 525.358 documentos desse tipo concedidos até junho deste ano, segundo dados divulgados nesta segunda-feira (14) pela Missão Diplomática dos EUA no Brasil.

A maioria dos vistos foram emitidos no consulado de São Paulo (mais de 281 mil).

Em seguida vêm o consulado do Rio de Janeiro, com mais de 136 mil, o de Brasília, com quase 62 mil, e por último o de Recife, com 45.766 vistos emitidos até o meio do ano.

Segundo a Missão Diplomática dos EUA, o tempo médio de espera para agendamento do visto tem ficado em 2 dias em todos os quatro consulados.

Apenas no mês de junho, foram mais de 87 mil vistos concedidos no país — 4% a mais do que no mesmo período do ano anterior.

Em todo o ano de 2013, foram emitidos mais de um milhão de vistos: exatamente 1.057.854.

Justiça condena União, Anac, Infraero e empresas por caos aéreo de 2006

A Justiça Federal condenou a União, a Anac (Agência Nacional da Aviação Civil), a Infraero (Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária) e outras seis empresas de transporte aéreo a pagar uma indenização de R$ 10 milhões pelos danos e transtornos causados a passageiros durante o caos aéreo de 2006, nesta terça-feira (15). Ainda cabe recurso da decisão, divulgada em 15 de julho.

Entre outubro e novembro de 2006, passageiros sofreram com cancelamentos e atrasos de voos, e passaram até 15 horas de espera em aeroportos, muitas vezes sem informação devida ou auxílio como água e alimentação, segundo o Procon, autor da ação.

Tudo começou quando um motim de controladores de tráfego aéreo militares por melhores condições de trabalho deflagrou atrasos em série em voos, o que lotou aeroportos e deixou passageiros sem informações sobre voos. O motim veio na sequência do acidente no qual um jato Legacy bateu de frente com um Boeing da Gol, em 29 de setembro daquele ano; 154 pessoas morreram.

O valor será destinado a um fundo de reparação dos danos causados à sociedade e coletivamente sofridos. A decisão foi publicada no dia 3 de julho.

Para o juiz federal João Batista Gonçalves, titular da 6ª Vara Federal Cível de São Paulo, foi provada a “má organização, administração, gerenciamento, fiscalização e prestação de serviço de transporte aéreo”.

Gonçalves atendeu ao pedido do Procon na ação e reconheceu a prevalência do CDC (Código de Defesa do Consumidor) sobre o CBA (Código Brasileiro de Aeronáutica).

“Se faz necessária a condenação, objetiva e solidária, de todos os réus, inclusive públicos ante os termos do art. 22 do CDC, pelos danos causados à coletividade, servindo a sua fixação também para desencorajar os réus a reincidir nos fatos indignos à pessoa humana, de todo evitáveis”, disse em sentença.

Além dos órgãos públicos, também foram condenadas as empresas BRA Transportes Aéreos Ltda. (que faliu) e VRG Linhas Aéreas S.A (incorporada à GOL), Ocean Air Linhas Aéreas (incorporada à Avianca), TAM Linhas Aéreas S.A., Pantanal Linhas Aéreas S.A. (incorporada à TAM), e Total Linhas Aéreas S.A.

A ANAC informou que ainda não foi notificada formalmente da condenação. As assessorias de imprensa da TAM e da GOL informaram que as empresas irão se manifestar nos autos do processo.

A assessoria da Infraero disse que o órgão tomou conhecimento da decisão e que vai apresentar recurso dentro do prazo processual.

Fonte: UOL / Folha de São Paulo

Copa amplia presença de estrangeiros na visitação do Congresso Nacional

O número de estrangeiros que visitam a Câmara dos Deputados aumentou significativamente em junho, em decorrência da realização da Copa do Mundo no Brasil e da escolha de Brasília como uma das cidades-sede da competição. Entre os dias 1º e 30 de junho a Casa recebeu 1.614 visitantes estrangeiros. Em julho do ano passado – mês de grande procura por visitas, em razão das férias – a instituição recebeu 632 visitantes procedentes do exterior. Assim, no mês passado, o número de estrangeiros que vieram a Câmara foi duas vezes e meia maior em comparação a julho de 2013.

A maioria desses visitantes é originária de países da América do Sul, que reuniu mais da metade da procura: 859 visitantes, 544 deles procedentes da Colômbia. Em segundo lugar vem a América do Norte, com 230 visitantes – 177 deles vindo dos EUA. Em seguida vem a América Central: 30 visitantes, nove de Honduras. Oceania e África fecham as estatísticas, com, respectivamente, 29 (todos da Austrália) e 11 visitantes (5 de Angola).

Copa do Mundo supera expectativa e gera negócios acima de R$ 500 milhões para 44 mil pequenas empresas brasileiras

Um conjunto de 43.910 micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais que procuraram o SEBRAE (Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empreas) para se preparar para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014 deve faturar mais de R$ 500 milhões adicionais. Esse grupo de empresas participou do projeto Sebrae 2014, iniciado em 2011.

O SEBRAE trabalhou com empresas que queriam aproveitar as oportunidades oferecidas pela Copa do Mundo no Brasil para crescer e permanecer no mercado depois. Do grupo de empresas que participaram do Projeto para a Copa, cerca de 10 mil permanecem com o SEBRAE, seguindo o conceito de educação continuada. O projeto foi promovido, especialmente, nas 12 cidades-sede da Copa e contou com investimentos de R$ 90 milhões do Sebrae em 3 anos.

“Trabalhamos a ideia de ter legados, de preparar a empresa, não só para faturar mais nesses dias de Copa, mas para ter mais competitividade, mais qualidade e para que essas empresas sobrevivam no mercado, que é cada vez mais concorrencial”, afirmou o diretor-presidente Luz Barretto. “Temos confiança de que essas empresas que passaram por nós serão mais competitivas e sobreviverão no mercado”, completou.

As pequenas empresas dão uma contribuição importante para o impacto total da Copa do Mundo na economia brasileira, que deve ser de R$ 30 bilhões, segundo pesquisa da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (FIPE). A projeção da FIPE foi feita a partir de um estudo sobre o impacto econômico da Copa das Confederações, que adicionou R$ 9,7 bilhões ao PIB brasileiro. A expectativa é de que a Copa do Mundo gere cerca de três vezes este valor.

Para calcular a geração de receita a mais do grupo de empresas do Projeto 2014, o Sebrae mapeou, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), quase 930 oportunidades de negócios nas capitais dos jogos do Mundial e levantou os requisitos que as empresas precisariam cumprir para comercializar seus produtos.

Os setores que mais se desenvolveram no projeto foram construção civil, turismo e serviços. Também participaram empresas de outros setores como economia criativa, artesanato, madeira e móveis, produção de alimentos, tecnologia da informação e comunicação, moda (têxtil e confecções, couro e calçados, gemas e joias) e comércio varejista.

Além da capacitação e treinamento, o SEBRAE promoveu durante a Copa showrooms de artesanato brasileiro nas cidades-sede e montou lojas do Mosaico Brasil, um projeto para apresentar ao turista nacional e estrangeiro produtos, acessórios e artigos com a “cara do País”.

De acordo com o SEBRAE, para ter sucesso na comercialização, os pequenos empresários aprenderam que não basta ter o produto a oferecer, mas o canal de distribuição precisa ser adequado. A logística de distribuição foi um dos cinco legados que a Copa de 2014 deixa para os pequenos negócios no Brasil. Os outros quatro são: Gestão, Sustentabilidade, Conhecimento do Cliente e Novos Mercados.

Paulistas foram os que mais viajaram pelo país durante a Copa

São Paulo foi o estado que mais emitiu viajantes para o Mundial: foram 858.825 transitando pelo Brasil durante o torneio o fluxo de brasileiros foi intenso durante a Copa do Mundo. No total, 3.056.397 pessoas se movimentaram pelo país, a maioria deles (67,2%) por destinos que ainda não conhecia, segundo pesquisa do Ministério do Turismo, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas.

O maior grupo foi de paulistas, com 858.825 viajantes, sendo 544.268 de turistas (que pernoitam no destino) – e outros 314.557 de excursionistas (que retornam no mesmo dia). O segundo estado que mais emitiu representantes foi o Rio de Janeiro com 260.527. Na sequência vieram os baianos, com 220.021; os mineiros, com 204.425; os paranaenses, com 165.694; os pernambucanos, 160.324; os paraibanos, 142.949; os goianos, 123.928; os catarinenses 123.851; e os gaúchos, 113.208.

Os turistas brasileiros também avaliaram os estádios e a infraestrutura turística com índices positivos que variam entre 90% a 80% para a cidade e entre 30% a 90% para os estádios. As melhores avaliações das cidades-sede ficaram por conta da receptividade e atendimento com 90,5% de satisfação, e 87,2% no quesito opções de turismo e lazer. E o índice mais baixo foi quanto a limpeza, com 70,3% de avaliação positiva.

Já em relação aos estádios, de um modo geral eles receberam 92% de avaliações positivas, mas os preços da alimentação dentro das arenas desagradaram os visitantes brasileiros que apontaram apenas 31,2% de satisfação.

Entre os brasileiros que mais circularam pelo país durante a Copa, o Ministério do Turismo considera turista aquele que pernoita na cidade ou destino visitado e chama de excursionista o viajante que esteve na cidade-sede dos jogos e retornou no mesmo dia. Com isso, dos cerca de 3 milhões de brasileiros que circularam pelo Brasil durante a Copa, pelo menos 2.152.392 se enquadram na categoria de turistas e outros 904.005 são excursionistas, ou seja, assistiram ao jogo da Copa e retornaram aos seus destinos no mesmo dia.

Foram entrevistados 6.038 brasileiros nas proximidades dos estádios, aeroportos e atrativos turísticos, além de rodoviárias e fanfest.

Em até três anos, São Paulo pode se tornar o principal destino turístico da América Latina

De acordo com um estudo internacional da rede de cartões Mastercard, a cidade de São Paulo pode vir a se tornar o principal destino turístico da América Latina dentro de três anos. O levantamento, que analisa as tendências de viagem de mais de 130 cidades em todo o mundo, indica que a capital paulista, hoje a terceira metrópole que mais recebe estrangeiros na região, pode superar Buenos Aires, na Argentina, e a Cidade do México, firmando-se como o local mais visitado do continente em 2017.

Além de um destino de negócios, São Paulo tem se firmado como a capital latino-americana da cultura e da gastronomia. Foi sucesso de público no período da Copa do Mundo: recebeu mais de 540 mil visitantes (dados do Observatório do Turismo da SPTuris), de todas as partes do mundo, que vieram curtir os jogos na Arena Corinthians e desfrutar dos atrativos da cidade.

Desde 2011, São Paulo tem registrado um aumento constante em seu fluxo turístico e, no ano passado, mais de 2,4 milhões visitantes estrangeiros passaram pela capital, segundo o Índice Global de Destinos Urbanos.

A pesquisa realizada pela Mastercard aponta que, caso sejam mantidas as atuais tendências, esse crescimento, que em 2013 foi de 10,7%, ocasionará o reposicionamento da cidade, que passaria a ocupar a primeira colocação no ranking latino-americano de destinos mais visados.

Reconhecida internacionalmente como capital nacional dos negócios, São Paulo já é a cidade em que os turistas mais gastam dinheiro na América Latina: em 2013, a cifra alcançou a casa dos US$ 2,9 bilhões, ainda segundo o estudo da rede de cartões.

A única outra cidade brasileira a ocupar um lugar de destaque na lista dos principais destinos latino-americanos foi o Rio de Janeiro, que ficou com a 6ª posição, tendo recebido 1,4 milhões de estrangeiros em 2013. Veja abaixo o ranking completo:

Principais destinos dos turistas internacionais na América Latina:

1 – Cidade do México: 3,1 milhões.
2 – Buenos Aires: 2,6 milhões.
3 – São Paulo: 2,4 milhões.
4 – Lima: 1,8 milhão.
5 – San José: 1,4 milhão.
6 – Rio de Janeiro: 1,4 milhão.
7 – Bogotá: 0,9 milhão.
8 – Montevidéu: 0,7 milhão.
9 – Quito: 0,6 milhão.
10 – Caracas: 0,5 milhão.

SPTuris divulga perfil dos torcedores Argentinos e Holandeses

São Paulo está tomada por torcedores argentinos e holandeses. Porém, de acordo com levantamento do Observatório do Turismo, núcleo de pesquisas da São Paulo Turismo (SPTuris, empresa municipal de turismo e eventos da cidade, ligada a Secretaria Especial para Assuntos de Turismo), os turistas tem perfis distintos.

Os hermanos são maioria – 35% dos turistas estrangeiros na cidade. Somente no sambódromo, já são duas mil pessoas. Os dois têm maioria masculina – mais de 80% – e citam a vida noturna da metrópole paulista como seu principal diferencial, mas diferem nos hábitos. Para a maior parte dos holandeses, o meio de transporte mais utilizado na cidade foi o táxi (40%) e a Arena Corinthians (27,85) foi o atrativo turístico mais citado. Já para os vizinhos, o metrô (50%) foi o transporte mais usado e o grande atrativo turístico paulistano é a Vila Madalena (18,2%).

Quando perguntados onde assistirão aos jogos, holandeses disseram na Arena Corinthians (75%) e os argentinos citaram mais os bares e restaurantes (32,2%) e também a FIFA Fan Fest (23,1%).

O tempo de permanência na cidade também foi diferente. Os torcedores do país europeu ficam, em média, 5 noites em São Paulo e os sulamericanos, mais de 6 noites. Já com relação aos gastos na cidade, a proporção é inversa. Os torcedores da “Laranja Mecânica” deixam cerca de R$ 5.380,00 na capital paulista, mais que o dobro dos fanáticos da seleção de Messi, que gastam aproximadamente R$ 2.240,00.

Na avaliação das caracteríristas de São Paulo, os holandeses deram notas mais altas para transporte e mobilidade, gastronomia e vida noturna, nesta ordem. Os argentinos preferem a vida noturna, depois a gastronomia e a oferta cultural.

Ambos, no entanto, afirmam ter gostado muito de sua estadia e a dão notas acima de 7 para a capital paulista. “Esta Copa nos surpreendeu muito positivamente. Tivemos um número de turistas estrangeiros acima do esperado e todos curtiram muito a cidade. Isso é ótimo para o futuro do turismo paulistano, uma atividade que movimenta a economia, gera renda e empregos, arrecada impostos e melhora o município de maneira geral. Até os paulistanos estão sentindo mais orgulho de sua própria cidade após ouvir tantos elogios de pessoas de fora daqui. Estamos muito felizes com o resultado”, afirma Wilson Poit, presidente da SPTuris e secretário municipal para Assuntos de Turismo.

Deslocamentos aéreos impulsionam o turismo na Copa

De acordo com levantamento preliminar feito pela Secretaria de Aviação Civil, o avião tem sido o principal meio de transporte do turista da Copa. Especialmente pelas grandes dimensões territoriais do país, boa parte dos viajantes optaram pelos deslocamentos aéreos: desde o início do Mundial, mais de 10 milhões de passageiros passaram pelos 20 principais aeroportos do país.

Entre as capitais mais visitadas estão Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte e Brasília. No entanto, destinos próximos às cidades que sediaram os jogos também tiveram impacto positivo. É o caso de Morro de São Paulo (BA), visitado por mais de seis mil pessoas em menos de um mês, especialmente alemães, holandeses, espanhóis, argentinos, americanos e até costa-riquenhos. A procura por meios de hospedagem também aumentou em 50%, segundo dados da secretaria de turismo local.

A cidade de Santa Cruz Cabrália (BA), escolhida para receber o centro de treinamento da seleção da Alemanha, também está sendo bastante visitada. O município tem forte herança portuguesa, com belas praias e vocação para o ecoturismo, turismo rural e religioso.A taxa de ocupação dos hotéis atingiu 85%.

Os bons resultados do setor já foram verificados durante a Copa das Confederações, em 2013, quando mais de 70% dos turistas estrangeiros entrevistados afirmaram a intenção de voltar ao país este ano, para a Copa do Mundo.