O presidente da Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação, enviou documento ao Governador eleito da Bahia, lembrando do crescimento do turismo no estado nos últimos sete anos e sugerindo a continuidade e ampliação de ações para o progresso do setor.
O presidente da FeBHA – Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação, Silvio Pessoa, enviou carta ao Governador eleito da Bahia, Doutor Rui Costa, parabenizando a sua vitória nas eleições e lembrando que, nos últimos sete anos do atual Governo baiano, foram realizadas importantes conquistas e verificados consideráveis avanços no turismo do Estado, como a duplicação dos desembarques aéreos que saíram de 11 milhões de passageiros entre 2001/2006 para 22 milhões entre 2007/2012, e a atração de investimentos privados, passando 2,2 bilhões de dólares em 2006 para 5,3 bilhões em 2013. Segundo o presidente da FeBHA, esse crescimento não deve ser interrompido.
Na carta afirma que “é nossa obrigação sugerir a continuidade e a ampliação de algumas dessas ações bem como o início de outras tantas que podem contribuir para o progresso do turismo em nosso estado”.
Eis o documento :
Exmo. Sr.
Doutor Rui Costa
Digníssimo Governador da Bahia
Nesta
Salvador, 24 de outubro de 2014.
Senhor Governador,
Apresentamos a V. Exa., nossos parabéns pela brilhante vitória nas eleições e desejamos todo sucesso nos próximos 4 anos de seu governo.
A FeBHA – Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação, é composta pelos Sindicatos de Salvador, Ilhéus, Porto Seguro, Itaparica e Mata de São João e é mensurada pelos seguintes números:
Três mil e quinhentos Meios de Hospedagem;
Trinta mil Bares e Restaurantes;
Hum milhão de Postos de trabalhos, representados por mais de duzentos mil empregos diretos e setecentos e cinquenta mil empregos indiretos.
Esta força grandiosa também pode ser medida se comparada ao setor mais pujante do Brasil de hoje : o agronegócio. Sem favor nenhum, nós somos, com orgulho, os maiores empregadores do estado da Bahia.
Por isso, gostaríamos também de passar às suas mãos algumas considerações e sugestões que consideramos fundamentais para o futuro do turismo na Bahia:
Considerando que no turismo os projetos, produtos e os serviços precisam ter continuidade para não se jogar tempo, dinheiro e energia fora;
Considerando que o ideal é que o turismo deva ser tratado como política de Estado e não de governos, exatamente para que não se percam os investimentos já mobilizados;
Considerando que os investimentos governamentais se cruzam e se retroalimentam como, por exemplo, a atração de novos voos internacionais, nacionais e regionais, depende da continuidade das ações promocionais nas praças de origem;
Considerando que, assim como a manutenção desses voos, a conquista de novos dependem também dos investimentos na qualidade do produto Bahia, como Disque Bahia Turismo 24 horas, receptivo, qualificação de mão de obra, portal Bahia.com;
Considerando a interrupção, a redução ou a desqualificação desses e de outros serviços e ações, podem gerar descrédito da imagem da Setur e da Bahiatursa com consequências diretas na atração do fluxo de turistas para o Estado.
Ou seja, o que foi acumulado ao longo de anos vem sendo perdido ao longo do ano de 2014, e poderá se perder muito mais.
Considerando enfim, que nos últimos sete anos do Governo Wagner foram realizadas importantes conquistas e verificados consideráveis avanços no turismo da Bahia, como a duplicação dos desembarques aéreos que saíram de 11 milhões de passageiros entre 2001/2006 para 22 milhões entre 2007/2012, mais do que a duplicação e na atração de investimentos privados passando 2,2 bilhões de dólares em 2006 para 5,3 bilhões em 2013.
Esse crescimento não pode e não deve ser interrompido.
Entendemos que é nossa obrigação sugerir respeitosamente a V. Exa., a continuidade e a ampliação de algumas dessas ações bem como o início de outras tantas que podem contribuir para o progresso do turismo em nosso estado:
1 – Conseguir que o núcleo central do governo (Planejamento, Fazenda, Administração e Casa Civil) veja o turismo como prioridade estratégica, pois representa 7,5% do PIB da Bahia;
2 – Implementar a Lei Estadual do Turismo gestada com a participação de todo o Trade Turístico e sancionada pelo Governador Jaques Wagner em janeiro de 2014;
3 – Investir no Prodetur Bahia de Todos os Santos financiado pelo BID e abandonar a ideia de mudar o projeto para incluir Itacaré e Ilhéus neste programa, pois isso implicaria num atraso de 18 meses no projeto;
4 – Estabelecer um novo plano para obter recursos do BID para um projeto de aproveitamento turístico cultural de todos os 1,100 km de costa, estimulando o turismo náutico na Bahia, e ai sim, incluir Itacaré e Ilhéus;
5 – Tirar da SUCAB a exclusividade de fazer obras, permitindo que a Bahiatursa faça a reforma do Centro de Convenções e concluir a terceirização do Centro de Convenções da Bahia;
6 – Manter e fortalecer o Disque Bahia Turismo 24 horas, melhor call center turístico do Brasil em inglês, português e espanhol;
7 – Ampliar o Programa de Qualificação para o Turismo – o Qualiturismo – que já qualificou 20.000 (vinte mil pessoas) em 7 anos, possibilitando a este Programa a intermediação para hotéis, restaurantes e similares, de mão de obra qualificada;
8 – Manter, ampliar e garantir o nível técnico (não político e não partidário) do Projeto Guias e Monitores do Carnaval e da Copa, considerado pela Confederação Nacional de Guias de Turismo como o melhor programa de receptivo do Brasil;
9 – Executar o convênio já assinado criando a Estrada do Chocolate – Ilhéus / Uruçuca, até a BR 101;
10 – Acelerar a conclusão da Feira de São Joaquim e realizar uma grande ação promocional da Feira como atrativo turístico;
11 – Consolidar e ampliar o Programa “Viaje por um Mundo Chamado Bahia”, com o Clube de Descontos do Servidor (SEAD), possibilitando Servidores e aposentados viajarem mais barato para a Bahia;
12 – Implantar a Sinalização Turístico-rodoviária de todas as zonas turísticas do Estado, a exemplo do que foi feito no Litoral Sul (Costa do Cacau, Dendê e Descobrimento) e em parte da Chapada Diamantina;
13 – Manter e ampliar a política de redução de ICMS para a Aviação regional, o que nos possibilitou ter novos voos para destinos como Lençóis, Paulo Afonso e Valença, além do aumento de voos para Porto Seguro e Ilhéus;
14 – Dar continuidade da realização do Salão do Turismo da Bahia executado pela Bahiatursa (em 2015 o 4º Salão) como a maior ferramenta de marketing do produto Bahia, ampliando as rodadas de negócios entre operadores nacionais e internacionais com os empresários locais;
15 – Consolidar os novos produtos e segmentos turísticos criados pelo Governo Wagner (2007/2013) como Stock Car, Turismo do Vinho em Juazeiro, Semana da Diversidade LGBT, Rotas do Chocolate, Turismo Étnico, Turismo Religioso e Turismo Esportivo e, muito especialmente, ampliar a promoção e divulgação do São João da Bahia no Interior e na Capital do Estado, com uma nova marca do turismo baiano;
16 – Fortalecer a Cadeia Produtiva do turismo com estímulos fortes à Produção Associada ao Turismo (artesanato, gastronomia, serviços, arranjos produtivos locais em torno do turismo religioso, do chocolate, do vinho, da cachaça e dos produtos juninos);
17 – Estimular o Turismo Rural que saiu de 12 empreendimentos em 2006 para 112 em 2013 (catálogos de empreendimentos, roteiros específicos, divulgação própria, qualificação profissional);
18 – Oferecer qualificação profissional e empresarial das empresas de Turismo de Aventura e Ecológico;
19 – Consolidar o Observatório do Turismo como um poderoso instrumento de pesquisa e planejamento;
20 – Captar recurso para requalificação de destinos turísticos importantes como Itacaré, Maraú, Ilhéus, Porto Seguro, Nova Viçosa, Valença, Prado, a exemplo do que foi feito em Morro de São Paulo e Imbassahy, requalificados no Governo Wagner;
21 – Implantar o Oceanário da Bahia cujos estudos técnicos, econômicos e de localização já estão prontos para serem transformados em Termo de Referência para licitação, com recursos do Ministério do Turismo.
E como V.Exa. anunciou que proporá uma reestruturação administrativa do Governo ainda este ano, tomamos a liberdade de lhe sugerir :
a) Criação ou concentração em um órgão já existente do Governo, da função hoje exercida pela Bahiatursa, de gerir seu patrimônio imobiliário (hotéis, centros de convenções, terrenos, etc) e, além disso, colocar sob a administração de um só órgão a gestão do patrimônio físico do turismo, a exemplo do Parque do Abaeté, Parque de Pituaçu, Pelourinho, Marina de Itaparica, Parque S. Bartolomeu, deixando para a Bahiatursa as funções para as quais ela foi criada. Talvez essa idéia possa servir para uma outra reforma administrativa : a transformação da Gerência de Patrimônio da SAEB em um órgão de gestão capaz de administrar os bens patrimoniais do Estado, evitando, por exemplo, que se aluguem espaços quando já existem outros desocupados. Sabemos disso porque muitos prédios do patrimônio físico do turismo, como os hotéis da Bahiatursa e outros, já não servem mais ao turismo, posto que foram alugados ou destinados a outros fins.
b) Ampliar as funções e o orçamento da Bahiatursa para Promoção Nacional, Internacional e Regional (ações junto a operadores e agentes de viagens, captação de voos, marketing, propaganda). Receptivo, postos de informação, call center, e Gerenciamento de Produtos Turísticos (São João, Stock Car, Vapor do Vinho, Estrada do Chocolate.
Para isso, mudar o Estatuto da Bahiatursa.
Como se vê, são ações que se interligam numa visão estratégica de inclusão social, gerando milhares de empregos, e que estão definidas no Plano Terceiro Salto do Turismo da Bahia, que vai de 2007 a 2020.
Atenciosamente,
Silvio Pessoa
Presidente da FeBHA