“O futuro do turismo exige inovação e modernização”. O pensamento resume a tônica do Congresso Internacional de Gastronomia, Hospitalidade e Turismo (Cihat), realizado nos dias 6 e 7 de novembro, em São Paulo, que reuniu a nata do empresariado de turismo brasileiro.
Na abertura, o presidente da Confederação Nacional do Turismo (CNTur), Nelson de Abreu Pinto, fez menção às trinta edições do Congresso: “Conseguimos reunir, ao longo destas três décadas, tanto o trade turístico do País quanto grandes nomes que exercem papéis de liderança junto aos empresários do setor em debates absolutamente relevantes para o desenvolvimento do Turismo”, disse.
Participaram da cerimônia o prefeito de São Paulo, João Dória; o secretário estadual de Turismo, Fabrício Cobra, representando o governador, Geraldo Alckmin; a secretária nacional de Qualificação e Promoção do Turismo, do Ministério do Turismo, Teté Bezerra, que representou o ministro Marx Beltrão; o superintendente Regional do Trabalho e Emprego no Estado de São Paulo, Eduardo Anastasi, que representou o ministro Ronaldo Nogueira; o secretário de Segurança do município, José Roberto de Oliveira; o ministro da Casa Civil Henrique Hargreaves; o presidente da SPTuris, David Barioni, e o diretor Eduardo Colturato; o presidente do Forum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), Manoel Gama; os presidentes das federações de hotéis, restaurantes, bares e similares de Santa Catarina, Estanislau Bresolin, e da Bahia, Silvio Pessoa, da Federação Nacional de Turismo, Michel Tuma Ness; o presidente do Sinthoresp, sindicato dos trabalhadores, Fernando Calasans, e Canindé Pegado, da União Geral dos Trabalhadores (UGT); o vereador Rodrigo Goulart; e o presidente do Sindicato de Hotéis do Rio de Janeiro, Alfredo Lopes, além dos empresários Flavio Rocha e Paulo Camargo.
Em discurso, o prefeito de São Paulo, João Dória – que participou da primeira edição do Cihat, há trinta anos, quando era presidente da Embratur – ressaltou a importância do Turismo para a economia do País e falou sobre o projeto de segurança pública que irá monitorar áreas turísticas da cidade, sobretudo as de concentração de bares e restaurantes. A iniciativa, que contará com um total de 10 mil câmeras, se somará a outras ações de vigilância, como a polícia de drones, e de inteligência. O Sindicato de Restaurantes e Bares e Similares de São Paulo (SindResBar) é parceiro da ação: o presidente da entidade, Wilson Luiz Pinto, assinou, durante a abertura do evento, um protocolo de intenções com a Secretaria Municipal de Segurança Urbana.
Em sua 30ª edição, o Cihat contou com a participação de dois grandes empresários do setor do varejo: Flavio Rocha, acionista do grupo Guararapes, holding da Riachuelo, e Paulo Camargo, CEO do Grupo Arcos Dorados, controladora do Mc Donald’s no Brasil, que, em palestras, cederam detalhes de suas visões empresariais e de cases de sucesso adotados na transformação de seus negócios para as demandas do século XXI.
Flávio Rocha defendeu a reforma trabalhista, que entrará em vigor no dia 11 de novembro. “A nossa legislação trabalhista, antiga e antiquada, tem um DNA integralmente industrial, ligado às demandas da época. O turismo, assim como o varejo, tem demandas específicas, que exigem flexibilidade, pois trabalha de acordo com as demandas dos consumidores”, disse. Rocha defendeu que o País se adapte ao novo contexto da sociedade e se modernize, adotando práticas de livre negociação que, em outros países, já comprovaram seus benefícios para a economia. E que se torne mais competitivo. “Países prósperos são aqueles que combinaram livre mercado e democracia”, disse.
O debate sobre a reforma trabalhista desdobrou-se também em um fórum técnico, que contou com a participação de Rafael Pugliese, desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 2a Região, que fez uma exposição sobre seu ponto de vista acerca das modificações que entrarão em vigor no próximo dia 11 de novembro.
Paulo Camargo, CEO do grupo que controla o McDonald’s no Brasil, também falou sobre o novo contexto da economia e da sociedade, que exige mudanças, e fez uma exposição sobre as medidas tomadas pela rede de fast food para se adaptar ao contexto atual e, visando a sustentabilidade da companhia, se modernizar.
As várias vertentes da sustentabilidade no Turismo foram abordadas em diferentes painéis, durante o Congresso. Especialistas mostraram que é possível explorar a atividade turística para além de trilhas e caminhadas, sem riscos de destruição do meio ambiente. A ideia foi mostrar que há espaço para ampliar as possibilidades de turismo possíveis no Brasil, utilizando da diversidade de cultura, clima e gastronomia, e que isto pode ser um grande impulsionador da economia, pois as pesquisas comprovam que cada real investido no turismo movimenta mais empregos do que a construção civil.