Turismo doméstico terá alta de até 7% com feriados de 2017

A movimentação do turismo doméstico deve crescer de 5% a 7% em 2017. Essa é a projeção da Associação Brasileira de Agências de Viagens de São Paulo (Abav-SP). Tendo como base 2015, que fechou em 3,5% e representou R$ 182 milhões no PIB, caso confirmada a expectativa para este ano o impacto econômico pode ser de até R$ 20 bilhões, segundo estimativa do Ministério que cuida do setor. O estímulo para a alta estaria nos nove feriados prolongados e na grande oferta de pacotes turísticos com condições comerciais atrativas ao público.

“Prevemos um aumento de 5% a 7% na movimentação do turismo em 2017 com relação a 2016. Sendo bem otimista acredito que este número ainda pode ser maior. O brasileiro incorporou a viagem no orçamento familiar. Além de ter incorporado no orçamento a viagem, diante da crise ele mudou o comportamento”, afirmou Marcos Balsamão, presidente da Abav-SP.

O presidente da entidade também comentou o impacto econômico que a alta no setor deve provocar neste ano. “Tomando por base o dado disponível sobre a participação direta do turismo no PIB brasileiro em 2015, que foi de 3,5% (R$ 182 bilhões), o impacto econômico do crescimento previsto pela Abav deve representar aumento de, no mínimo, R$ 9,1 bilhões a R$ 10,9 bilhões para economia nacional em 2017”.

Em consulta à área técnica do Ministério do Turismo, a entidade obteve uma estimativa ainda mais favorável. “O número que a área técnica trabalha é de movimentação da ordem de R$ 20 bilhões nos feriados, com exceção do Carnaval, Natal e Réveillon”, informou a assessoria de imprensa da pasta.

Roteiros

Segundo Balsamão, com a crise e a oscilação cambial, em 2016, os roteiros pelo Brasil foram mais procurados que para o exterior. “Em 2014 e 2015 a média de viagens internacionais era de 60%, enquanto as nacionais de 40%. As viagens domésticas nacionais representam hoje 60% e as internacionais 40%. Ou seja, o brasileiro não deixou de viajar e não deixará de viajar, apenas mudou o comportamento”, destacou.

As praias da Baixada Santista estão entre os roteiros mais procurados entre os paulistas, que passaram a viajar mais pelo próprio estado colocando-o no ranking dos cinco lugares mais visitados do País. “Aumentou muito as viagens de São Paulo para São Paulo. O estado entrou no ranking dos roteiros mais procurados. Temos Rio de Janeiro, seguido de Salvador, Recife e São Paulo (estado). As praias do litoral norte e sul estão entre os locais mais procurados, assim como algumas cidades do interior”, afirmou o presidente da Abav.

Comércio

Recentemente a Federação do Comércio (Fecomercio) estimou a perda de R$ 10,5 bilhões para o comércio varejista devido ao calendário deste ano, que conta com nove feriados prolongados. O presidente da Abav-SP disse que respeita a opinião, mas acredita que o consumo não vai cair.

“O turismo é o setor que mais emprega. Onde tem turismo tem comércio varejista e onde tem comércio varejista tem turismo. É óbvio que com os nove feriados prolongados em alguns setores a situação estará mais complicada, mas não dá para dizer que as pessoas deixarão de consumir”, afirmou Balsamão.

O presidente da Abav-SP justifica o consumo. “Em um feriado prolongado os turistas buscam comércio, lojas, bares, hotéis e restaurantes. Concordamos com a posição da Fecomercio, mas o turista acaba consumindo. Se não tem essa atividade econômica funcionando perde o turista. A atividade econômica do comércio varejista depende do turismo assim como o turismo depende do comércio. Os dois andam de braços dados”, afirmou.

Jovem realiza sonho e abre agência de viagens

Apaixonado pelo turismo e atuando durante quatro anos em uma operadora do setor e três em cruzeiros marítimos, o agente de viagens Diego Luiz Pedro decidiu abrir seu próprio negócio. Há quase seis meses à frente da Turismo e Viagens pelo Mundo, em São Vicente, ele reforça a expectativa de crescimento em 2017.

“Desde os 18 anos sempre fui apaixonado pelo turismo. Após trabalhar quatro anos em uma operadora e conversar com pessoas experientes da área vi que era possível realizar esse sonho. Em pouco tempo da agência vi que fiz a escolha certa. A nossa expectativa é que este ano o setor cresça mais por conta dos feriados prolongados e das promoções oferecidas pelas companhias aéreas”, afirmou Diego.

Segundo o agente de viagens, a procura por pacotes nacionais é maior e a facilidade no pagamento também ajuda. “Apesar da crise, os passageiros ainda procuram mais as viagens aéreas. O mercado possibilita muitas formas de pagamento para os passageiros, podendo pagar em até doze vezes. Os pacotes rodoviários tiveram um aumento na procura por conta dos valores e das viagens rápidas”, destacou.

Entre os roteiros nacionais mais procurados na agência estão as cidades do Nordeste como Porto Seguro, Natal e Maceió. “Sempre aconselho meus passageiros: antes de conhecer outros países conheça o nosso Brasil”, ressaltou Diego.

Fonte: Diário do Litoral
http://www.diariodolitoral.com.br/cotidiano/turismo-domestico-tera-alta-de-ate-7-com-feriados-de-2017/94113/

CNTur se manifesta sobre a questao dos feriados, veja as notas da FENACTUR e da FHORESC.

A CNTur apóia e defende a posição de seu 1º Vice Presidente e que também é Presidente da FENACTUR – Federação Nacional de Turismo, sobre a recente polêmica causada pela Confederação do Comércio, acerca dos feriados nacionais. TURISMO É TURISMO. Comércio é Comércio.

Palavras de Michel Tuma Ness, Presidente da FENACTUR:
Caros amigos e dirigentes das mais influentes instituições que reúnem o trade turístico nacional. Tendo tomado ciência das notícias veiculadas na imprensa especializada, acerca de uma matéria jornalística divulgada pela Fecomercio-SP, onde a mesma entende que “o número de feriados nacionais em 2017 deverá impactar negativamente a economia do País”. A Fenactur, por intermédio da sua presidência, não poderia deixar de expressar a sua visão sobre o caso em apreço.

Pois bem, em que pese a Fecomercio-SP ter apresentado um cenário catastrófico para o comercio varejista – comprovando que vislumbra apenas e tão somente chamar a atenção para uma parte da economia -, deixando de perceber que o tema deve ser visto sobre um anglo mais amplo, sobretudo porque os feriados prolongados impactam diretamente sobre uma atividade que é considerada a mola mestre na economia de vários países, inclusive no Brasil, onde responde por cerca de 3,5% do PIB (algo acima de R$ 180 bilhões) e que por força do incremento dos feriados prolongados em 2017 deverá aumentar a economia nacional em 2017 em torno de R$ 11 bilhões.

A despeito de já terem ocorridos diversas manifestações contrárias de vários representantes do trade turístico, dentre elas, o pronunciamento da ABAV/SP, o qual, através de dados estatísticos, mostrou que a realidade é bem diferente daquela que foi apontada pela Fecomercio-SP, afinal de contas, se trata de um estudo, que apesar de merecer o necessário respeito e crédito, está calcado apenas em dados das vendas do comercio varejista, não expressando, portanto, a verdade da economia como um todo, ignorando, sobretudo, os números das demais atividades. Só para se ter uma noção disso, segundo os dados divulgados pela ABAV/SP, o turismo é responsável direto por um em cada onze empregos em âmbito mundial.

Nesse pormenor, não poderíamos deixar de observar que a Fecomercio-SP, ao divulgar o trabalho em comento, pretendendo a mudança dos feriados prolongados, ela o fez olhando apenas para a sua base de representação, deixando à mingua os demais seguimentos ou atividades que compõem a economia nacional.

Aliás, tal posicionamento causa espécie na medida em que a Fecomecio-SP e a sua entidade mãe (CNC) vivem alardeando que representam, também, o turismo nacional – coisa que não é verdadeira (existem entidades classistas, reconhecidas legalmente como lídimas representes do turismo nacional, então é se de perguntar por que olhar apenas para o comercio, se a economia não é feita somente de comercio, ou melhor, de comercio varejista?

Nesse contexto, importante ressaltar e destacar a observação feita por Marcos Balsamão, presidente da ABAV/SP, para quem: “o Turismo é impulsionador de outros setores, como a construção civil, alimentos e bebidas e meios de transporte”. Assim, se a Fecomercio-SP representa uma parte da economia – um elo na corrente da economia -, é de se estranhar, mais ainda, a falta de sintonia da Fecomecio-SP com os demais elos dessa cadeia.

Não é compreensível que a Fecomercio-SP, por meio de pronunciamento de seu presidente, Abram Szajman, tenha vindo à público para afirmar: “Isto não significa que a Fecomercio tenha qualquer restrição aos movimentos turísticos que resultam dessas pontes, pelo contrário, considera que a atividade turística deve ser amplamente favorecida por todos os envolvimentos macroeconômicos que acaba gerando” e ao mesmo tempo, se posicione contra os feriados prolongados, os quais, sabidamente, impulsionam toda a cadeia turística brasileira, inclusive o comercio varejista das cidades beneficiadas pela inda e vinda de turistas.

Diante de tal quadro, a Fenactur, como entidade nacional que congrega 25 (vinte e cinco) sindicatos de turismo, espalhados por todo o território nacional, os quais, por sua vez, representam cerca de 22.000 (vinte e duas mil) agências de viagens, não poderia deixa de se pronunciar e tampouco compactuar com uma visão tão bairrista, como a que foi adotada pela Fecomercio-SP ao pleitear a mudança dos feriados prolongados de 2017.

Fica aqui, portanto, a nossa indignação com tão vergonhosa intenção de beneficiamento indevido, em detrimento dos demais setores da economia nacional.

A FHORESC também se manifesta a respeito

Palavras de Estanislau Bresolin, Presidente da FHORESC – FEDERAÇÃO DE HOTÉIS, RESTAURANTES, BARES E SIMILARES DO ESTADO DE SANTA CATARINA: Fecomercio/SC sob a inspiração do seu patriarca CNC – Confederação Nacional do Comércio quer acabar com os feriados, alegando prejuízos aos varejistas porque tem que fechar suas portas. Essa visão distorcida além de tentar prejudicar o turismo, atira contra o próprio pé, pois grande parte do comércio hoje funciona em feriados e nos pontos turísticos mais ainda.
Mas o mais incrível, eles querem acabar com os feriados para “dessazonalizar” o turismo, ou seja, além de serem contra não sabem do que estão falando, pois, feriado é uma coisa e sazonalidade outra completamente diferente, como diria o velho ditado, confundem alhos com bugalhos. É o que resulta quando alguém fala do que não domina.