CNTur defende o fortalecimento do turismo em João Pessoa

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Representando o presidente Nelson de Abreu Pinto, da CNTur, na abertura do 3° Festival do Turismo de João Pessoa, dia 27 de setembro, na abertura do Fórum Empresarial do encontro, o diretor de comunicação da entidade, José Osório Naves, abriu o debate com ampla exposição sobre o turismo nacional e os principais gargalos que precisam ser corrigidos para o Brasil adquirir o status que merece no ranking do turismo internacional.

Segundo disse, o turismo tem se consolidado como um dos principais esteios da economia mundial:
A OMT – Organização Mundial do Turismo comemorou o fechamento do ano de 2012 com o recorde de 1 bilhão de turistas viajando pelos mais de 170 países do mundo livre. Infelizmente não pudemos nos irmanar nessa euforia pela inexpressividade da participação de nosso Continente nesse contexto.

Desses 1 bilhão de viajantes a América do Sul foi aquinhoado com 2,7% de turistas, ou sejam 27 milhões de pessoas percorrendo as belezas sul-americanas, cujo percentual ao Brasil, que possui mais de 8 mil quilômetros de costa atlântica, belezas naturais exuberantes e cidades com arquitetura e histórias fantásticas, dessa movimentação humana, recebeu, no período, tão somente 0,55%, ou sejam 5 milhões e 500 mil turistas, número que se acha empacado há mais de 20 anos.

O crescimento do turismo receptivo internacional no país tem apresentados, nas últimas duas décadas, uma oscilação de crescimento entre 3 e 4%, enquanto o emissivo tem crescido assustadora ano a no deixando uma desvantagem de 16 bilhões de reais na balança comercial do turismo. Felizmente, mesmo com a carência de infraestrutura adequada, tem ocorrido o contrário com a demanda do turismo interno, que tem crescido a uma taxa de 20% ao ano. Esse quadro deve ser motivo de reflexão para vislumbrarmos melhores perspectivas para que nos tornemos mais atrativos ante o interesse internacional a esse país tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza, como cantou o poeta.

O que emperra nosso crescimento?
:: Os gargalos provocadores desse marasmo são conhecidos e decantados pelo governo e os setores econômicos produtivos do país.
:: A mão de obra é ruim, não apenas dos trabalhadores primários, mas especialmente dos gestores, que carecem de consciência a um ajuste da realidade econômica e social do país;
:: Falta políticas públicas voltadas para uma maior conscientização da importância econômica do turismo para o desenvolvimento social;
:: Isso não se faz da noite para o dia, mas tem que se começar a produzir políticas sérias e comportamento mais profissional dos responsáveis pelo crescimento do setor.

“Não podemos negar que ações têm sido feitas de maneira tímida e muito tênue, que só poderão alcançar dados positivos com uma tomadas de consciência corporativa de governo e sociedade, para uma Agenda Positiva para eliminar os pontos fracos do do setor como:
:: Falta infraestrutura de mobilidade urbana e de transportes modais, de fraco desempenho, que em nada contribuem para estimular o turismo nacional;
:: Um país continente, que depende fundamentalmente da malha aérea, o setor vive uma permanente crise.
:: Hoje o Brasil não dispõe de mais nenhuma empresa aérea 100% brasileira:
• A GoL embora mantenha seu casco alaranjado por fora, já ostenta no painel à frente de suas poltronas o nome de sua verdadeira dona – DELTA Air Line.
• A TAM, recentemente adquirida pela Lan Chile se esteia no programa da Star Aliance e nem possui mais balcão próprio nos terminais dos principais aeroportos internacionais, como o John Kenedy, em Nova York, ficando com simples e escondidos guichês dentre as centenas de balcões da American Airline.
• Isso para não falarmos nas demais, como a Azul e Avianca que todos conhecemos a origem.

O Brasil vive, hoje, a melhor de todas as oportunidades de se consolidar como destino internacional. Está na vitrine do mundo com a realização dos grandes eventos esportivos, como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016.

Será que vamos saber aproveitar essa oportunidade única?
Esse é um quadro que não permite milagres, mas deve ser pensado com maior objetividade por todos nós.
Talvez um dos principais problemas que dificultam o desenvolvimento do turismo no Brasil esteja na juventude da compreensão de que o setor é um FATOR ECONÔMICO IMPORTANTE e que só a pouco tempo passou a assim ser visto no país.

Sua evolução começou há menos de 50 anos:

Em 1966, criou-se a EMBRATUR – Empresa Brasileira do Turismo, hoje nominada Instituto Brasileiro do Turismo, para coordenar economicamente e dar formato institucional ao setor turístico nacional.

Em 1988, pela primeira vez na história de nossas Constituições, a expressão turismo figura num texto constitucional, no Art. 180, preconizando: A União, o Distrito Federal, os Estados e Municípios promoverão e incentivarão o turismo como fator de desenvolvimento econômico e social.

Em 1992 inclui-se também pela primeira vez a apalavra TURISMO como complemento da nomenclatura da Esplanada dos Ministérios, acrescentando-o ao Ministério da Indústria e do Comércio.

Em 1994 criou-se o Ministério do Turismo, Esporte e Juventude;

Em 2003 a ONU tornou a OMT – Organização Mundial do Turismo sua agência oficial no ordenamento, discussão e defesa do turismo, mundial, desmembrando-a da OMC – Organização Mundial do Comércio;

Ainda em 2003, finalmente, criou-se especificamente o Ministério do Turismo do Brasil.

Em 2009, acompanhando essa inexorável evolução, após 11 anos de luta, o Ministério do Trabalho e Emprego reconheceu a CNTur – Confederação Nacional do Turismo, como entidade sindical de 3º Grau, para representação específica do turismo brasileiro, desmembrando o setor do Comércio, então ligado à CNC.

A CNTur, pelo ato de seu reconhecimento, publicado no DOU de 29 de janeiros de 2009 passou a representar as seguintes categorias profissionais:
:: Agências e Operadoras de Viagens;
:: Hotéis, Apart-Hotéis, Motéis, Pousadas e todos meios de hospedagem;
:: Restaurantes Comerciais e de Refeições Coletivas, Bares, Casas de Diversão e Lazer;
:: Empresas Organizadoras de Eventos;
:: Parques Temáticos;
:: Demais empresas de Turismo.

Inicialmente constituída por três Federações:

:: FHORESP – Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de São Paulo;
:: FENACTUR – Federação Nacional do Turismo;
:: FHORESC – Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Santa Catarina;

Hoje a CNTur possui sete Federações filiadas, somando as:

:: FENACLUBES – Federação Nacional de Clubes Desportivos;
:: FNERC – Federação Nacional de Empresas de Refeições Coletivas;
:: FHOREMG – Federação de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do Estado de Minas Gerais;
:: FeBH – Federação Baiana de Hotéis e Alimentação.


A partir de seu reconhecimento em 2009 a CNTur passou a participar de todos os debates nacionais e internacionais oferecendo sua contribuição ao desenvolvimento do turismo nacional, através de propostas e projetos junto ao Governo Federal e instituições econômicas e financeiras do país e criou nos 26 Estados e o Distrito Federal seus Conselhos.

Sistema “S” do Turismo

Hoje para completar sua ações em favor do turismo, o foco da CNTur é a criação do SISTEMA “S” DO TURISMO, através dos:

:: SENATUR – Serviço Nacional de Aprendizagem do Turismo;
:: SESTUR – Serviço Social do Turismo;

Cujo Projeto de Lei de sua criação, de autoria da deputada Gorete Pereira (PR-CE) se acha em apreciação na Comissão de Trabalho da Câmara Federal.

Com representação própria e os mecanismos institucionais necessários para o pleno funcionamento, a CNTur pretende contribuir ainda mais e de forma efetiva ao desenvolvimento do turismo brasileiro.

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