CNTur vê parceria público-privada como um modelo que pode ser ampliado para outros destinos turísticos
Em meio à crise financeira, impulsionar o Turismo no Rio de Janeiro e ampliar o fluxo de turistas em uma das cidades mais conhecidas do mundo pode ser o primeiro passo para uma virada na economia nacional, já que o município é uma das nossas grandes vitrines turísticas e principal porta de entrada para estrangeiros que visitam o Brasil. A aposta é da Confederação Nacional do Turismo (CNTur), que vê com otimismo o lançamento do programa “Rio de Janeiro a Janeiro”, com um calendário de grandes eventos para 2018, fruto de ação integrada entre a iniciativa privada e os governos federal, estadual e municipal.
“Os exemplos de países que revolucionaram sua matriz econômica ao apostar no Turismo são vários: Dubai, Espanha, México, Peru, Colômbia… e o Brasil tem todas as condições de obter resultados parecidos se seguir este caminho. Este calendário de eventos é uma primeira experiência que pode ser adotada por outros destinos”, afirma o vice-presidente de Hospedagem da CNTur, Alfredo Lopes, que ressalta, entretanto, a necessidade de os governos se entenderem quanto ao problema da segurança pública que atinge o município. “Os eventos incrementam a economia do Rio de forma incontestável. A taxa de ocupação dos hotéis cariocas no último final de semana do Rock in Rio, por exemplo, ficou em 82%. Mas não podemos, nem empreendedores, nem moradores, e muito menos turistas, ficar à mercê de guerra de facções de bandidos”, complementa.
O Brasil recebeu cerca de 6,6 milhões de turistas estrangeiros em 2016, que injetaram US$ 6,2 bilhões na economia do País – um volume 6,2% maior do que o registrado em 2015. No Rio, o período de realização das Olimpíadas elevou a ocupação hoteleira para 94%. Dos 1,17 milhão de turistas que vieram para os jogos, no ano passado, 410 mil eram estrangeiros.
Embora seja líder na América do Sul em número de visitantes estrangeiros, o Brasil não recebe nem 10% do volume de turistas da França, líder no ranking da Organização Mundial do Turismo (84,5 milhões em 2015). O País está atrás até de pequenos municípios, como Veneza, que anualmente recebe 50 milhões de turistas, e de Barcelona, com 32 milhões. Os pequenos Argentina e Chile recebem quase a mesma quantidade de turistas que o Brasil: 5,7 milhões e 4,4 milhões, respectivamente.
O programa lançado ontem tem como meta elevar em 20% o volume de turistas no Rio de Janeiro, o que deve movimentar a economia em R$ 6,1 bilhões e pode gerar 170 mil empregos. Entre os eventos listados, há alguns já tradicionais, como o desfile das escolas de samba, no Carnaval, e o festival de animação Anima Mundi, e outros inéditos, como a Corrida de Drones e o Rio Piro Festival, de fogos de artifício.
Além de beneficiar diretamente a capital, o programa “Rio de Janeiro a Janeiro” impactará também outros estados: o aumento no fluxo de turistas à capital carioca provocará alta no número de visitantes a destinos de outros estados, já que as localidades brasileiras em evidência na memória dos estrangeiros são bastante diversificadas, indo da Amazônia a Foz do Iguaçu, e abrangem diversos tipos de turismo.