62% dos bares e restaurantes estão longe das vendas da pré-pandemia, diz pesquisa

Alternativa para minizar a crise provocada pela pandemia é a volta do horário de verão, que tradicionalmente começa em outubro

O setor de gastronomia e entretenimento ainda está longe de retormar os patamares perdidos na pandemia do coronavírus (covid-19). Pelo menos 62% dos bares e restaurantes ainda não recuperaram as vendas do período anterior a chegada da doença, em março do ano passado.

A afirmação tem como base uma pesquisa realizada pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR) em parceria com o Instituto Foodservice Brasil (IFB), e divulgada na terça-feira (28). De acordo com os dados, o índice de endividamento do setor é de 55% dos bares, restaurantes, cafés e lanchonetes.

Dos devedores, 78% são para bancos, 57% com taxas e impostos em atraso, 24% com fornecedores e 14% em função de pendências trabalhistas. Um fator que poderia minimizar esta situação, diz o presidente da ANR, Fernando Blower, é a volta do horário de verão extinto em 2019 e que tradicionalmente ocorria no mês de outubro.

A campanha pela retomada do horário especial foi lançada em junho pela Feturismo, Abrabar, CNTur e outras entidades ligadas ao turismo, gastronomia e entretenimento, como alternativa para melhorar as atividades dos setores, contribuindo para a melhora da saúde financeira dos estabelecimentos.

Exemplo do Paraguai
Para o presidente da Abrabar, Fábio Aguayo, um bom exemplo de inteligência é o Paraguai, vizinho que divide a Itaipu Binacional com o Brasil. O país começa com o horário especial já no próximo domingo (3). A intenção é que o Paraguai, com aproximadamente 6,5 milhões de habitantes, consiga reduzir o consumo de energia elétrica neste período de escassez hídrica.

“Não é porque o Paraguai é um país pequeno, que não deve se preocupar com a crise hídrica. Os nossos vizinhos demonstram com isto que tem a inteligência estratégica da necessidade e conscientização do momento, que é o que economizar energia e prestigiar o turismo, lembrando que a região de Foz do Iguaçu é importante polo turístico para ambos os países”, explica Aguayo.