“Andar em ônibus lotado pode, ir no bar não pode” e “ir ao restaurante é mais seguro que andar de ônibus” foram algumas das frases entonadas
Donos de bares, restaurantes e casas noturnas promoveram um protesto diferente nesta quinta-feira (17), dia em que completou seis meses o primeiro decreto da pandemia do novo Coronavírus, que fechou o comércio em todo Estado. Eles lotaram um ônibus e circularam em torno da Prefeitura de Curitiba, criticando a restrição de funcionamento, enquanto veículos do transporte coletivo circulam lotados.
A ideia dos organizadores da manifestação foi marcar os seis meses da pandemia e denunciar a perseguição e discriminações contra o setor. Neste período, mais de 40% dos estabelecimentos fecharam as portas, dispensando pelo menos 35% da mão de obras. A escolha do ônibus simboliza a falta de bom-senso da administração municipal por permitir que o transporte público funcione, muitas vezes com lotações, enquanto que os bares e restaurantes não.
Os participantes do ato carregavam faixas com palavras como “Ir ao Restaurante é mais seguro que andar de ônibus”; “Não marginalizem quem quer trabalhar, pagar impostos e gerar empregos” e “Ônibus lotado pode”. De acordo com eles, enquanto o sistema de transporte coletivo da capital, mesmo recebendo recursos públicos extras durante a crise da Covid-19, mantem coletivos lotados em circulação.
Enquanto isso, o comércio enfrentam restrições de funcionamento, disparou o presidente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas do Paraná (Abrabar), Fabio Aguayo. A categoria, de acordo com ele, cobra um planejamento do retorno da liberação de música ao vivo e a extensão do horário de funcionamento dos bares e restaurantes. “Não podemos pagar essa conta sozinhos”, ressaltou.
Além da Abrabar, outras entidades sae somaram a manifestação, como a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-PR); Sindicato das Empresas de Gastronomia, Entretenimento e Similares de Curitiba (SindiAbrabar); Sindicato das Empresas Promotoras de Eventos do Paraná (SindiProm) e a Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento e Similares do Paraná (Feturismo).
Em Londrina
Além de defender melhorias para trabalhar em Curitiba, as entidades cobram da prefeitura de Londrina, mais flexibilização e a não renovação do decreto de Lei Seca na cidade. Representantes da categoria se reuniram com o secretário municipal de saúde, Felippe Machado, para amenizar as medidas restritivas que proibiram a abertura dos bares por 14 dias.
Fábio Aguayo esteve na cidade na quarta-feira (16) para saber os motivos técnicos que obrigaram fechar os bares na cidade. “É uma discriminação. Não é possível um setor como o nosso, ser tratado dessa maneira”, declarou. Os donos de bares e restaurantes já fizeram dois protestos em Londrina e a Abrabar entrou na Justiça para que seja suspenso o decreto que restringe o comércio.